O consumo de trigo pode ser prejudicial a
indivíduos com autismo devido à presença de glúten e da gliadina, proteínas que
podem desencadear respostas imunológicas adversas e aumentar a inflamação no
organismo. Estudos indicam que muitas pessoas no espectro autista apresentam
maior permeabilidade intestinal, permitindo que essas proteínas entrem na
corrente sanguínea e afetem as capacidades do cérebro, exacerbando sintomas
como hiperatividade, irritabilidade e dificuldades cognitivas.
Além disso, o glúten pode gerar composições
semelhantes aos opioides, conhecidos como exorfinas, que podem atravessar a
barreira hematoencefálica, influenciando o comportamento e o humor. O consumo
de trigo também está associado ao aumento de citocinas inflamatórias, que podem
impactar funções cognitivas e causar alterações comportamentais.
Embora os efeitos variem entre os indivíduos, as
evidências sugerem que dietas sem glúten podem aliviar sintomas gastrointestinais
e comportamentais em algumas pessoas com autismo. A eliminação do trigo,
associada ao acompanhamento médico, pode ser uma alternativa para melhorar a
qualidade de vida e o bem-estar.
Dr
Tiago Rocha – Biólogo, Cientista e Nutricionista.